Engenharia Civil

Segundo pesquisa realizada em agosto de 2021, pela ANEPAC – Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção, no ano de 2020 movimentou-se mais de 600 milhões de toneladas de agregados no Brasil, sendo em torno de 350 milhões de toneladas de agregados graúdos e 250 milhões de toneladas de agregados miúdos. Destaca-se que o setor é responsável por 60% da produção mineral do país. Como opção, os agregados reciclados entram no mercado, caracterizando uma alternativa mais barata, porém menos eficiente, para substituição dos agregados convencionais. O uso deste tipo de material é respaldado tecnicamente pela NBR 15116 - Agregados reciclados para uso em argamassas e concretos de cimento Portland – Requisitos e métodos de ensaio (ABNT, 2021). Esta norma passou por uma recente atualização a qual passou a permitir o uso deste material em concretos estruturais, especificamente pela substituição de agregado natural por agregado reciclado de concreto, não ultrapassando 20% da massa total de agregados. Levando em consideração este parâmetro, constata-se que aproximadamente 120 milhões de toneladas de agregados poderiam ter deixado de serem extraídos da natureza no ano de 2020 e substituídos pelos agregados reciclados de concreto, contribuindo assim para a reutilização de resíduos com potencial de uso. O consumo de agregados está presente em muitas áreas da construção civil, embora sejam encontrados em abundância na natureza, a alta demanda deste tipo de material gera uma enorme cadeia de produção e, por consequência, gera graves impactos ao meio ambiente. Diante do exposto, busca-se avaliar tecnicamente alternativas, com coeficientes de segurança aceitáveis, para reinserção no ciclo de uso um material que, quando não reutilizado, é destinado em aterros, ignorando seu potencial de utilização. Com isso, o presente estudo irá realizar atividades práticas para investigar o custo-benefício na produção de concreto dosado in loco utilizando agregados reciclados de resíduos de concreto, viabilizando a utilização deste produto em construções que não demandam altas resistências à compressão. Para tal será realizada a dosagem de diferentes traços de concreto e realizados ensaios de resistência à compressão em diferentes idades, assim como absorção de água por capilaridade, aos 28 dias de idade.