Esta monografia analisa as articulações entre a moda, o voguing e os estudos queer, visando compreender como a moda pode funcionar como resistência em relação as normas de sexo/gênero, sexualidade e as convenções sociais que reforçam inclusive o racismo. A primeira parte do trabalho contextualiza a perspectiva queer adotada aqui e traz aspectos históricos que demonstram como a feminilidade tornou-se, historicamente, menos valorativa em relação a masculinidade heteronormativa. Desses pressupostos, desenvolve-se uma reflexão sobre uma moda queer, que, diferentemente da moda genderless, não se apega a neutralidade, tendo em vista que o neutro é, também, generificado. Uma moda queer deve ser pensada fora dos quadros heterossexuais que instituíram o masculino e o feminino. O voguing traz em si muitos aspectos para pensar na construção de resistências através da moda, assim como sinaliza para o uso do vestuário como linguagem que pode comunicar a estranheza, a abjeção, aquilo que não deseja ser enquadrado através da heteronormatividade e que é, portanto queer. Para materializar essas inferências, a pesquisa se desdobra sobre documentários, videoclipes, notícias, coleções de moda e outros elementos que funcionam como documentos históricos para entender as articulações propostas. Por último, é apresentada uma nova marca, a DONA COO, que busca trazer toda a carga queer implicada no voguing. |