Uma das principais fontes de contaminação de águas superficiais é a disposição de
efluente sanitário nos corpos hídricos. O tratamento convencional realizado nas
estações de tratamento de esgoto (ETE) não é suficiente para a remoção de fármacos
e outros compostos, demandando novas tecnologias para o tratamento de efluentes
sanitários. Dentre tais tecnologias encontram-se os processos de separação por
membranas (PSM) como a osmose reversa (OR). O objetivo deste trabalho é avaliar
a aplicação da osmose reversa no tratamento terciário de efluente sanitário. O esgoto
foi proveniente da ETE Mundo Novo, localizada no bairro Canudos na cidade de Novo
Hamburgo, RS. Os testes foram realizados no laboratório Aquário, da Universidade
Feevale. A planta piloto de osmose reversa contava com um módulo de membranas
em espiral, modelo BW 30-4040 com 7,2m2 de área de membrana. A membrana foi
caracterizada com permeabilidade hidráulica de 3,54 L.h-1
.m-
2.bar-1 e rejeição de
97,34% ao Na2SO4 e de 96,86% ao NaCl. Foram tratados 500 L de efluente sanitário
em modo de concentração da corrente de rejeito, extraindo solvente da solução.
Durante a etapa de concentração foram monitorados condutividade do solvente
permeado que variou de 8,49 μS.cm-1
inicialmente a 368,9 μS.cm-1 na concentração
de 5X; do esgoto concentrado, entre 537 μS.cm-1 a 3,7 mS.cm-1
; e a vazão de
permeado, que variou de 145,99 L.h-1 a 65,22 L.h-1
. Amostras do permeado foram
analisadas indicando valores inferiores aos limites de detecção dos métodos analíticos
para coliformes totais, Escherichia coli, DBO5, DQO, fósforo, nitrogênio, sólidos
suspensos totais, cor, chumbo, cobre, cromo, níquel e zinco, comprovando a
qualidade do produto obtido e a seletividade da membrana de OR, mostrando-se uma
tecnologia vantajosa no tratamento de efluentes dentro das condições aplicadas e
avaliadas neste trabalho. |