Engenharia Química

A gasolina é um combustível formado por uma mistura complexa de hidrocarbonetos que são obtidos a partir do processo de refino do petróleo bruto, ou então produzidos em indústrias petroquímicas através da mistura de hidrocarbonetos e que pode conter a adição de compostos oxigenados a fim de melhorar a octanagem do combustível. Atualmente, a gasolina automotiva é um importante produto para as indústrias petroquímicas por dar um grande retorno financeiro além de ser uma forma de escoamento para algumas correntes críticas excedentes. A sua formulação consiste numa mistura com a qualidade e especificação enquadradas de acordo com a legislação vigente, que no Brasil corresponde à Resolução ANP n°40, de 25 de outubro de 2013. Assim, para atender uma demanda de processo, foi adicionado o oxigenado ETBE à mistura de gasolina, e para tanto, foi realizado um estudo de caracterização de amostras de gasolinas com diferentes frações de ETBE, a fim de determinar a formulação mais adequada que alie custo e qualidade. As análises foram realizadas de acordo com a especificação da gasolina C, definidas pela Resolução ANP n°40, de 25 de outubro de 2013. Foram realizadas as análises de destilação, octanagem, período de indução (PI), benzeno, densidade, goma, enxofre, corrosão e pressão de vapor Reid (PVR). Os resultados obtidos indicam que todas as misturas avaliadas apresentaram comportamento similar ao previsto na literatura e dentro da especificação exigida pela legislação vigente. A mistura de gasolina com 27% de éter etil-terc-butílico (ETBE) foi definida como a formulação de gasolina C mais adequada. A formulação de gasolina é bastante complexa, pois existem muitas variáveis e oscilações de processo envolvidas, devido a utilização de várias correntes para a mistura. Alguns parâmetros de análises – PVR, benzeno e enxofre – são muito críticos, sendo necessário, muitas vezes, refazer a formulação. Um dos pontos de atenção está na nafta, pois nem sempre é possível realizar a análise de PVR na mesma, sendo que é utilizado um valor médio para a fórmula, o que implica em correr o risco de deixar a gasolina fora de especificação. Portanto, foi identificada a oportunidade de determinar o PVR a partir de algumas análises que já são realizadas, como destilação, composição e densidade, através de uma equação de regressão múltipla, determinada pelo software Minitab. A melhor equação encontrada apresentou um erro de 2,48%, porém, partindo-se da premissa de que sempre era utilizado um valor fixo para este parâmetro e sabendo-se que ele pode ter uma variação muito grande para o caso da nafta, o erro da equação encontrada pode ser considerado pequeno comparado ao erro que poderia chegar a um valor de, aproximadamente, 30% sem a utilização da equação.