Engenharia Química

É de suma importância a busca incessante de novas tecnologias que agreguem mais valor a resíduos gerados na indústria química. Apenas a região Sul do Brasil manipula atualmente mais de 10.000 t/mês de casca de Acácia Negra para a extração de taninos. Em torno de 80% deste montante é transformado em resíduo agroindustrial no fim do processo, sendo descartado mediante pagamento, ou queimado em caldeira. Esta pesquisa busca valorizar o resíduo gerado pela indústria de tanino, utilizando a biomassa fornecida como substrato para o crescimento de micélio de fungos da espécie Lentinula edodes. Este crescimento resultou em um biomaterial composto de hifas permeando as fibras da casca de Acácia Negra, degradando-a em 27,75% em 45 dias sobre toda matéria orgânica. Observou-se a presença de dois organismos contaminantes, ambos pertencendo ao gênero Aspergillus, sendo um da espécie A. niger e outro selvagem, Aspergillus sp., de difícil caracterização. As amostras foram testadas quanto a presença de alumínio, metal tóxico para o crescimento micelial, e detectou-se quantidades de 595,03 mg.kg-1 e 969,77 mg.kg-1 deste metal por massa seca, onde o padrão em espécies de Acacia mearnsii, de Wild, é de 70 mg.kg-1. Todavia, apesar de tais adversidades, ainda se observou crescimento micelial consistente e ótimos índices de degradação de matéria orgânica. Provou-se que o método estudado é uma boa alternativa para o tratamento do resíduo de casca de Acácia Negra da indústria de tanino.